segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dia de Festa no Jardim


Oi, gente! Dia 29 chegou! Hoje comemoro 3 anos de blog e estou muito feliz por isso! Minha mãe também! Ela chorou quando leu meu cartãozinho... Tão linda...

Bom, gente, quero agradecer muitíssimo a todos os que enviaram poemas para perfumar nosso jardim - porque ele é mesmo nosso! 

Um beijo carinhoso em Andréia (minha prima linda! amo você!), Ana Gabriella (você é especial, mocinha!), Ediney Santana (obrigada por me ceder seus versos! sempre bom ler sua prosa também!), Fabiano Martins (seu blog me revela um mundo novo, sempre!), Camila Paula (obrigada pelo estímulo constante ao meu cultivo neste jardim!), Deyse Cruz (muito bom encontrar em você uma amiga! obrigada por existir!), André Cristiano (faz-me bem ter você aqui!), Fred Caju (obrigada por me ajudar a entender o valor da poesia - que ela é livre, como tem de ser!) e Jéssica Régis (que ainda vai me enviar o texto e está me ajudando demais na surpresinha que vou fazer em breve pra vocês! eu te amo, minha amiga!)

Abaixo, seguem os textos - as flores - enviados! São tão coloridos, tão perfumados, que meu jardim inteiro se encheu de música, de dança e alegria ao recebê-los!

A simplicidade e a beleza se completam.

Espero que apreciem o trabalho de todos! 

Como o arqueiro lança flechas, lanço flores ardentemente suaves a você, querido leitor!


Guirlanda (Aniversário)

As gotinhas escoaram
Da pétala ao pequeno caule;
Eu achei tão bonita
A dança da água na roseira!

Olhei e vi as três meninas
Brincando de cirandinha;
Seus vestidos foram colhidos
De roseiras tão coloridas!

E eu, que não sou mais criança
Fiquei com inveja da dança,
Da ciranda e dos vestidos,
Tão delicadamente floridos!

Colhi, então, no jardim
Flores de todos os tipos!
Fiz um buquê de jasmins
Orquídeas, rosas e lírios.

São bonitas as formas e as cores
Das pétalas das minhas flores!
E ao som daquela ciranda
Costurei-me uma guirlanda.

Guirlanda que me adorna!
Contemplo a dança das gotas,
Das meninas, das horas
Estações de flores-rotas.

Guirlanda sobre a cabeça
Coroa de graça e beleza
Alívio e delicadeza
Poesia simples: pureza.

(Jemima Moura)

Girassóis (Aniversário)

Dos girassóis, o seu esplendor:
o miúdo sol particular,
com movimento de carrossel
sempre girando sem parar,
iluminando qualquer flor,
iluminando qualquer céu.

(Fred Caju)

Flor de Lótus (Aniversário)

Que a delicadeza não morra em meio 
aos prédios, ao tédio desta vida sem freio. 
Que ela possa crescer em nosso peito,

posto que tem a força de tocar os corações 
que perto, tão perto estão, se olharmos direito. 

Sem a delicadeza de uma palavra, 

de meia-palavra, daquilo que não é dito, 
De que adianta ter vivido, e pela vida não ter passado 
Suspirado e morrido? 

Que delicado seja o olhar lançado 
na mesma medida - compaixão sentida 
para dentro e fora de nós. 

Que surja da lama profunda 
Como a mais bela Flor de lótus. 

(Camila Paula)

Poeminha da flor... (Aniversário)

Ei, minha flor! 
Vem colorir o meu dia 
Esse preto e branco desfazer. 
Rouba-me um sorriso 
Torna minha alegria aparecer 
Exala teu perfume 
Envolva com teu cheiro 
Trás pra minha vida o amanhecer. 
Doa-me tua ternura, tua calma 
Faz da minha alma mais você.

(AC)
- André Cristiano -

Flor de Açafrão (Aniversário)


     

     Muita gente tem essa mania de comparar seu amor ao sol, aos raios de sol, ou qualquer coisa que lembre o calor. Não é meu caso. Meu amor é diferente. (Ainda chamo “meu amor” porque Eros é simplesmente muito chato para ir embora ao meu comando. Mas não passa disso: um amor inconveniente, insistente.) Sempre o comparei ao inverno. E até chamava-o assim, por um motivo acolá. É algo que nós sabemos, algo tão nosso que não faz sentido para mais ninguém; todos torciam o rosto quando tentávamos explicar. Dividíamos sempre esse amor declarado pelo tempo frio; então, era coerente. Ele era meu inverno particular. 

     E eu era outro personagem que, enfim, não citarei aqui. Já não faz tanto sentido assim. O que me faz mais sentido agora é me chamar de açafrão, que possui a flor de inverno mais complicada que pude achar para embelezar um texto feio. Ela tão cheia de não-me-toques! Não é qualquer um que quer processar manualmente 10 mil flores para ter apenas um quilo de açafrão (especiaria) no final, não é? Essa sou eu. Dou um trabalho danado. Costumo compensar, mas, ao que parece, saio bem cara no final das contas. 

     Mas sim. Sou bonita, em algum aspecto. E forte. É o que dizem: flores de inverno são mais fortes do que flores de verão. Não sou girassol, rosa vermelha, orquídea, nada assim. Gosto do frio. E diria que suporto toda a estação. O que não costumo gostar muito é da primavera, pasmem. Verão me deixa com náuseas. E quando começa a esfriar lá fora, então... Céus! Maldito outono que nunca passa! Podem levar para longe todas as outras estações, porque sou chata: só floresço quando Inverno chega. E agora nem sei em que estação estamos – quero dizer, estou. Sei que não florescerei tão cedo, que vou demorar a me acostumar com esse calendário estranho sem Inverno, sem frio. Só um calor desconhecido e desconfortável. 

     Saudades à parte, me considero uma flor de inverno “velha de guerra”. Já aguentei tanto dessa estação, que diria que já posso me aposentar. É hora de não desabrochar mais, sabe? Inverno vem, Inverno vai. Inverno não sente falta de flores; Inverno às vezes é frio demais. Talvez eu largue mão de ser flor de açafrão para ser flor de verão, um dia. Quem sabe outra estação que não maltrate tanto. Porque já não compensa ser flor de quem me esmaga, indiferente. Esse açafrão não suportaria mais um inverno interno daquele meu Inverno.
(Deyse Cruz)

À Rosa dos Mares (Aniversário)

À dobra dos olhos,
à dobra do mar,
teu corpo é um barco
para me navegar;
levo comigo,
não sei onde vou.
Se é cedo, ou há perigo
persigo
o escrutínio do amor.
As dobras dos olhos
transbordam -
acalmam-se meus mares
internos.
Amares existem
ao longe, mas só
perdido
em ti
fico inteiro.


(Fabiano Martins)

Orquídeas (Aniversário)


Serei a sombra de todas as noites,
alegria em busca dos corações,
amores que não os tenho.

Envenena-me, paixões doentes
amores inúteis como maçãs verdes.

Meu coração, Orquídea triste
não sabe bater feliz.
Serei sempre descaminho e dores permanentes.

Bebi todo fel nas trincheiras da solidão,
sou homem solidão,
navios atacados no deserto do meu corpo infiel,

alma barroca,
olhos tristes sem luz
enxergam primaveras sem flores,
sangue sem calor.

(Ediney Santana)

À Flor Anônima (Aniversário)

Hoje é da flor anônima que quero falar.
Da flor que se abre para mim todas as manhãs,
Conversa enquanto busco uma ação meio ao anseio.
Sempre de ar acolhedor, nunca soube retribuir.

Tanta fidelidade, tanto amor.
A flor me transborda.
A flor não se importa.
Atira-me toda sua ternura.

Busco-a assim que acordo.
Noto qualquer pétala amassada,
Colo, recolo uma raiz quebrada.

Não entenderão nada de nada.
Porque só a flor entende
A palavra derramada.

(Ana Gabriella)

Hortência (Aniversário)

Sinto-me hortência
Dias felizes, sou azul
Tristes, fico verde
Dias alegres e histéricos, sou rosa.

Uma mudança inevitável
Que vai desde a aparência
 até os sentimentos mais profundos
aqueles que poucos conseguem ver.

(Andréia Bragança Moura)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Do não querer



Quanto já não disse não
Não mais, não mais!
Eu disse não!

Ah quanto já não disse!
E lavo a minha vergonha.
Eu disse sim.

E quanto mais eu tenho tempo
Mais insigne a consciência:
Eu disse não sei, apenas.

Repito-me negando!
Eu tenho esse direito.
Eu acredito e, sem querer:

Eu digo sim! digo nunca!
Nunca mais, eu digo!
Não vou mais dizer.




quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Aniversário do Flores e Flechas


Tá chegando o dia!

Gente, faltam 3 dias para o Flores e Flechas completar 3 anos de vida! (Posso dizer vida, né?) Então...

PARTICIPE!

Faça um poema que contenha o nome de uma flor! Envie para "jemimada@hotmail.com" e eu vou publicar aqui, com todo carinho e gratidão!

Se você não escreve poesia, não tem problema! Manda um texto curto, um pensamento seu. Mas tem que ser sua composição, ok? Não vale textos de outras pessoas.

Até o dia 29 de Agosto!


P.S. Aproveitem e presenteiem alguém com a delicadeza de um flor!  Faça o dia de alguém ficar mais colorido! ^^ Uma flor faz muita diferença...


Beijos a todos! ;) 

Puro



O que apuro deste mundo
áspero, frio e duro
é o que apuro da água
água parada e poluída
dos rios do interior.

O que apuro deste coração
é o que vejo mover o mundo
áspero, frio e duro
girando a marteladas;
infeccionado amor.

Onde, o antídoto?
Existe cura para o vírus
da casca, do vazio
da inverdade?

Como curar o ser
que se perdeu de ser puro?
que se perdeu de ser?

O puro, tristemente, não o reconhecemos.
[nem mesmo dentro de nós.]


Refletindo sobre esses monstros que existem em nós e no mundo e nos fazem pessoas tão iguais, más e, infelizmente, normais, lembrei de uma canção. Eis a letra:


Imperfeito

Vagando pelas calçadas
Sentado no chão da praça
Sujeito sem jeito, sujo
Sujeito à cidade e ao mundo
Sua vida não tem mais jeito
Foi feita de amor imperfeito
Para ele, tudo é desfeito
Para ele, tudo é imundo.
Um dia Alguém sem defeito
Levou por ele uma cruz
Pregado nela o Perfeito
Mostrou vitória Jesus
Vitória feita com sangue
Trazendo alegria e luz
E hoje o imperfeito abre o peito
Cantando o amor de Jesus.
(Quarteto Vida)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hora de parar

Havia chegado a hora de parar. Ela sabia que, por sua causa perdida, já havia feito tudo. Ao menos, tudo o que pudera. Carregara pesados tijolos, toras de madeira, sacos de cimento. Havia dado várias viagens carregando muito material pesado. Caminhara longas distâncias por um serviço que ela não podia ter feito sozinha. Mas havia feito. Em sua empreitada, meteu os pés pelas mãos. Falhara muitas vezes. O cansaço e o fascínio, a loucura e o sonho, combinações que, costumeiramente, lhe rendiam uma frustração que não podia ser medida já lhe esgotavam. Agora, diante de todo o trabalho feito, ela notava: Não há mais nenhum material a ser trazido. Tudo o que estava ao seu alcance já havia sido feito. Tudo. A mente e o corpo já não se suportavam mais. Ela estava inteiramente exausta. Sentou bem frente aos montes de coisas que haviam lhe causado tanto cansaço. O material para a construção da casinha ao alto da montanha já estava lá. A construção da casinha não dependia mais dela. Havia feito mais do que lhe cabia, apesar dos erros cometidos, das viagens desperdiçadas - por falta de planejamento, de tudo o que, por ser afoita e inexperiente, fez ou deixou de fazer equivocadamente. Havia feito, afinal, um bom trabalho? Teria valido o seu esforço desmedido? Para que servira? Para quem? Sabia que a construção não lhe cabia mais. E suspirou, enquanto admirava a folhagem verde e pura das montanhas: Estou cansada. É hora de voltar pra casa.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Teimosia



Olhos caleidoscópios nessa minha cara despudorada me transportam intuitiva - às vezes, por auto-provocação - e aceleradamente ao ápice de minha insanidade. Deparo-me, então, distante de meu lugar. Louca. 
E sinto saudade do silêncio, da prece chorosa, da quietude de orar, esperar, confiar. 
Uma oração ao Deus da minha vida. 
Quero ir para casa.

Cacos

Dói, dói, como dói.
Parte de mim é forte como a morte.
Suporta o descaso, o destrato e a solidão.
Parte de mim acredita fielmente
Nas palavras banhadas em lágrimas
No mar nos olhos dos mares de teus olhos.
Parte de mim parte à tua procura.
Parte de mim espera tua volta.
Parte de mim nega tudo a todos.
Parte de mim abraça, entende, observa.
Parte de mim só finge ter passado adiante.
Parte de mim se recusa a caminhar tranqüila.
Parte de mim crê no que ninguém crê.
Parte de mim quer ser amiga.
Tudo de mim não quer te perder.
Parte de mim silencia e senta.
Parte de mim tem esperança.
Parte de mim atravessa o tempo e o medo e o mundo.
Parte de mim cambaleia bêbada de sofrer.
Parte de mim só quer um sossego.
Parte de mim não consegue entender.
Partes de mim porquê?
Não partas de mim.

domingo, 21 de agosto de 2011

Um conto de um canto

             Este é um texto triste. Vou logo avisando, porque caso você não queira lê-lo, ainda há tempo de não prosseguir a leitura. Esta é uma história de amor triste, como muitas outras. Mas cada história de amor triste fica mais triste quando observada sozinha. Portanto, aqui vou eu.
             Era uma vez uma Bem-te-vi. A Bem-te-vi era sonhadora que só ela. Gostava de ver castelos em nuvens e imaginar que um dia encontraria um Bem-te-vi bem bonito e gentil, que a convidaria para voar com ela em algum dia comum. Mas ela era despreocupada e vivia voando tranquilamente, atravessando as estações - como tem de ser.
             Porém, certo dia - essa parte da história sempre acontece, mas essa é (tente ver assim) uma história única -, ela esbarrou com um Beija-flor. O Beija-flor era bonito que só ele. Era verde, lilás e amarelo, mas, dependendo do ângulo, suas cores variavam e o deixavam ainda mais belo. "Nossa, você é bonito, hein...", pensou a Bem-te-vi. E ele pensava do lado de lá: "Caramba, que Bem-te-vi singela!" E a química de pensamentos foi se tornando uma razão para que sempre, sem querer, se esbarrassem pelos ares, até que isso se tornasse um hábito.
            Os dois se tornaram amigos. É, amigos. A Bem-te-vi estava apaixonada, mas, por motivos que permanecerão em sigilo - a pedido dela, que foi quem me contou essa história -, eles continuaram amigos. O tempo passou e a problemática secreta também. Os dois eram, então, um casal.
             Você não pode imaginar o quanto a Bem-te-vi amava o Beija-flor! Ela sonhava que os dois nem iam fazer ninho nem nada. Iam morar nas nuvens, de tanta que era a felicidade. O beija-flor desenhava poemas no ar, só para ela! E a singela avezinha ficava toda esmilingüida! Ela fazia um sinal com o olhar e voava toda eufórica para agradecer! Essa avezinha enchia o pequeno Beija-flor de beijos! E era a combinação perfeita nesses fios de poste em frente à minha casa.
             Certa noite, o Beija-flor disse para a Bem-te-vi que não faltava muito para os dois voarem para outro mundo. Cochichou no ouvido dela: "Minha pequena, não vai demorar e nós vamos ter nosso castelinho nas nuvens, lá perto do arco-íris! Eu te amo, minha pequenininha." Vixe, os olhos da pequenina se encheram de alegria e lágrima! "Oh quanta sorte a minha!" pensou a ingênua avezinha. E passou-se aquela bonita noitinha.
             Ao despontar do sol, acordada a sonhadora no fio do poste, bocejou devagarzinho, já esticando a asinha pra abraçar o namoradinho.

(...)


          "Meu amor! Meu amor!" assobiava a Bem-te-vi! E saiu voando por toda a vizinhança! E perguntava a passarinhada se alguém ali, por acaso, avistara o seu colorido Beija-flor. 

(...)

"MEU AMOR! MEU BEIJA-FLOR!"

(...)

(...)

"Snif, snif..." "Snif, snif..."

               "Meu... meu... meu beijo... meu beija-flor..." - sussurrava só consigo a saudade de seu pequeno amor.

                 Passou o dia inteiro, dias inteiros... semanas... meses procurando, chamando e chorando pelo seu amado Beija-flor.

                 Foi aí que apareceu a Sábia Coruja da Noite. Vendo a pobre Bem-te-vi passando mais uma noite em claro, resolveu fazer-lhe companhia. Voaram até a casa da Coruja, no alto da palmeira, e a coruja deu o tapa:

                     "Você é uma Bem-te-vi, hã..."
                    "Com olhos tão grandes e não enxerga... snif..."
                  "Perdão, minha cara. Mas você, sendo Bem-te-vi, não viu o que estava claro, bem debaixo do seu bico."
                    "Não entendi..."
                    "Ele sempre deixou claro que era um Beija-flor, e não Beija-bem-te-vi. E só você não viu, meu bem."

              Oh, como cantava triste a avezinha! A noite toda chorava, e até os castelinhos de nuvens se derretiam em lágrimas quando ouviam o canto dela.

                  A Bem-te-vi bem viu que os beija-flores têm de lindos o que têm de viajantes. Eles vivem de flor em flor, e seria contra a natureza que eles se prendessem a uma Bem-te-vi, por mais doce que ela seja. 

                  A pequena seguiu voando um vôo triste. Um canto triste no canto do poste, e mais um vôo triste. Mas voava alto e voltava pouco a pouco a ver castelos em nuvens. Talvez no mundo dela, só talvez, o Beija-flor voltasse cheio de beijos e sonhos. Ou talvez, ela tivesse outra surpresa.

FIM.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Apenas uma Vez


Para quem ainda não viu, vai a minha indicação: Apenas uma vez. Um filme irlandês, belíssimo, indicado ao Oscar por melhor canção em 2008. Encantada cada vez mais com o cinema europeu, convido a todos a apreciarem um pouco de toda a naturalidade e simplicidade deste filme. Quanto à música, meche muito comigo. Abaixo segue a letra traduzida:

Apaixonando-se Lentamente

Eu não te conheço
Mas eu te quero
Ainda mais por isso.
As palavras me escapam
E sempre me enganam
E eu não consigo reagir.

E jogos que nunca são
Mais do que parecem
Se encerrarão sozinhos.

[refrão]
Pegue esse barco afundado
E guie-o para casa,
Nós ainda temos tempo!
Levante sua esperançosa voz
Você tem uma escolha
Você a fez agora

Apaixonando-se lentamente
Olhos que me conhecem
E não posso voltar.
Emoções que me tomam
E me apagam
E eu fico triste.

Você já sofreu o bastante
E guerreou com você mesmo
Este tempo você ganhou.

[refrão]
Pegue esse barco afundado
E guie-o para casa,
Nós ainda temos tempo.
Levante sua voz esperançosa!
Você tem uma escolha
Você a fez agora.

Apaixonando-se lentamente
Cante sua melodia
Eu cantarei junto com você.



(Slowly my mind is coming back, 
dreaming about you
again...
my sweetheart, my darling,
my unknown and wanted love.
I'm waiting for you.
Yours, always.)

Enjoy it.



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pseudografia

Oh palavras! 
dancem sem véu!
Poesia forçada
morre como indigente.

Preservação

Dê-se chance chamando a si:
amando-se
se silenciosamente sentes
o movimento de si,
o sangue suave saciando o seio,
secretamente.





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fervura

           Espero velando
o alívio
                          a serena
sobre a cabeça
                            lábios
peitos
                    pés.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

De Dentro



Do que me curo?
Coração-anseio
Oração-desejo
E do medo.


Cores-laçadas
Pincéis-passados
E dos dias atrás.


O agora-inseguro
O ontem imaturo
O depois e o sei lá.


Exponho-me
Lagri
mas
tenho medos
zas e monstro[s
olidão do oce[ano
que vem
outros tantos
dias de hoj[eu
vivo os tantos
de agora.

[Poema primeiramente postado em 25 de Agosto de 2009 )

domingo, 14 de agosto de 2011

Meu pai

De dizeres incontáveis
Do não dito abrasador,
Do abraço prolongado,
Do olhar repreensor.

Eu o lembro.

Da esplêndida lágrima incontida,
Do riso devastador,
Na janela, da canção introvertida,
Solidão de um pai provedor.

Eu o contemplo.

Do cansaço, da dor no corpo;
Dos sonhos irremediavelmente falidos;
Da fraqueza, da culpa, do desconforto
De tudo sofrido, por nós dividido.

Eu o sofro.

Da matemática, do português e dos poemas,
De tudo que, com sede, questionei-lhe sem dó:
Da política, geografia, dos físicos teoremas
E até das histórias de amor que me deixaram só.

Eu o aprendo.

Da rigidez exemplar em tenra idade,
Das responsabilidades conferidas na puberdade,
Nas fases-crise, da instruída liberdade,
Da confiança e credibilidade na maturidade.

Eu o imito.

Da humildade e do amor racional,
Da fé, da lágrima, da verdade, do incomum,
Da pureza, do perdão, da provisão, do real,
Da fraqueza, da força, do sermos todos um.

Eu o sigo.

De ele não gostar do dia dos pais,
Nem de mais uma despesa no cartão de crédito,
De preferir a simplicidade
E a essência do amor sincero.

Eu o amo.

(Ao meu pai, meu razinzinha derretido, que, com certeza, está engasgado agora, querendo chorar. Eu o amo demais. O senhor é meu pai, amigo e pastor. Eu imito os seus passos e desejo que o pai dos meus filhos seja tão bom quanto o senhor é para os seus. Acho que ele pode ser um pouco menos do que o senhor, porque eu desejo me casar... ^^)

Beijo, pai.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aniversário do Flores e Flechas

Ilustríssimos Seguidores e Visitantes,

O Flores e Flechas completará 3 anos no dia 29 de Agosto deste ano. Para comemorar, desejo a participação de todos nessa festa! Quero lançar o chá das flores. São dois os desafios:

1- Todos deverão presentear alguém com uma flor. Pode ser alguém da família, cônjuge, namorado(a), amigo(a) ou até algum desconhecido que passar na rua. Presenteie e, com um gesto simples, alegre o dia de alguém. No dia 29, deixe seu comentário contando a sua experiência! Se conseguirem tirar foto, compartilhem!

2- Todos que quiserem entrar na festa deverão escrever um poema com o nome de uma flor. Pode ser um poema pequenino, simples ou rebuscado. Fique à vontade, esse jardim também é seu. Já podem começar a pensar em algo. Eu vou publicar todos os poemas no Flores e Flechas. Pode virar até publicação em livro... Por que não...

Obrigada sinceramente a todos que visitam esse humilde jardim! Convidem mais gente para esta festinha!



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ausência Poética



Hoje eu vi a minha vida inteira,
Dentro e fora de mim.
Dentro, um mar de sonhos.
Fora, um vazio sem fim.

Eu não tenho um lugar,
Nem um alguém, nem ninguém.
Estou paralisada no meio do nada.
São muitos os caminhos; eu, contudo, parada.

Hoje eu vi a minha vida inteira.
Eu, sozinha, no meio do nada.
Na mochila, a fé e um pouco de esperança.
Mais nada, mais nada.

As horas correm em disparada,
E eu sei que elas brincam comigo,
Fazem de mim uma piada,
Nesse jogo competitivo em que vivo.

Se fico, sou acomodada.
Se corro, incomodada.
Não me encaixo no sistema do ter.
Mas não sobrevivo se quiser apenas ser.

Deus, deve ter algum lugar para mim
Em algum recanto dessa esfera.
Ou, talvez, se eu não achar nenhum lugar
Deve ser porque eu não fui feita para cá.

(...)

Pensando nesse assunto, tenho duas sugestões de música. Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça.

My place in this world


C. S. Lewis Song


É isso, gente... tentei ver se desfazia o nó no meu peito, a angústia que me consome todos os dias por não achar lugar aqui. O nó continua aqui. A corrida está aí, eu tenho que acompanhar o ritmo... mas eu só queria um lugar pra me aquietar.

Um abraço em todos, e uma flor. A que preferirem. O perfume das flores sempre alivia...


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sem saber

"Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os jovens; desejo muito a sua sombra e debaixo dela me assento, e o seu fruto é doce ao meu paladar." Cantares 2.3


De tanto ouvir histórias de amor, contos e fábulas, canções e poemas, o coração se tece em uma fé imensurável, em uma crença incrustada de que o amor é mágico, é fantástico. Mas eu tenho aprendido que o amor é muito mais do que isso, por ser bem menos do que isso. O amor, em sua simplicidade, nasce humildemente no presépio do coração fértil. O coração que, calejado, surrado e ferido, deixa o campo regado para o crescimento do amor descobre que ele não espera platéia, nem luzes coloridas para nascer. Ele brota e cresce e dura enquanto houver brandura, ternura e simplicidade no viver. As histórias de amor que eu escuto me parecem agora mitos ou conversa de contos de fadas. Os contadores de história fecham os seus livros e trocam de amores. As pessoas, assim como os computadores, os móveis e as informações, se tornaram descartáveis e facilmente substituíveis. Para uns poucos - para o bem de todos -, o amor é mais que isso. O amor é menos do que um show, mais do que um espetáculo romântico recheado de poesia e flores - com começo, meio e fim. O amor é silêncio sofrido, guardado no peito. Nunca soube de árvore falar. Lembro de uma árvore e penso que o amor é como ela. É árvore regada e cuidada no coração. Com bons cuidadores, a árvore cresce e dá muito fruto, dentro de nós, no aperto do nosso jardim não-visitado. Eu amo sem saber como nem quando nem onde. Eu amo sem saber. Eu amo por não encontrar outra maneira. Eu amo porque sou responsável pelo cuidado que me prometi dispor. Eu amo porque se eu não amar, eu seco e desfaleço. A vida faz mais sentido quando se tem árvore no jardim. Eu amo distante, sozinha e silenciosa. Eu amo e tenho descoberto que não preciso tê-lo por perto para amar. Amo sentindo e chorando a saudade. Amo apesar. Amo mesmo em discrepâncias, divergências ou discordâncias. Amo ainda quando o certo é não amar. Amo volutariamente. Amo porque custo a acreditar que eu precise me adequar à dura realidade de que as pessoas passam, e a vida é assim mesmo, e que todas as palavras e promessas e pessoas não devem ser levadas tão a sério, porque não duram, porque em algum momento breve ou não, elas se vão. Eu amo apesar de tudo. Eu amo apesar de... nada. Amo, tão profundamente que se fechas os olhos, eu adormeço.


(Inspirado pelo poema em Patch Adams. Inspirado pela árvore em meu jardim.)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Beijinho

Foto minha =)


Você já reparou que existe um quê de raridade, de preciosidade, no ser pequeno?


Eu acredito

"Alguma coisa em amar de graça me faz bem. Sabe, pra mim, amor é escolha. As pessoas que eu decidi amar, as quais me esforço pra amar todos os dias, de toda a minha alma, aquelas pessoas nas quais eu vejo defeitos e falhas, e ainda escolho pra mim, essas são as mais preciosas. E eu não exijo, mas desejo que seja recíproco. Isso é o mais perto que a minha alma falha consegue chegar do amor ágape." 

domingo, 7 de agosto de 2011

Palavra-isca

As palavras correram com os rios
E os peixes as comeram.
Usaram palavras em anzóis
E os peixes se fartaram.

As palavras que usaram
Não tinham valor nutritivo:
Os peixes que as comeram
Tiveram problemas digestivos.

Tristes dos peixes que acreditaram.




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A medida da paixão



"É como se a gente pressentisse... tudo o que o amor não disse diz agora essa aflição."
"Foi! O amor se foi calado, tão desesperado, que me maltratou..."
Lenine

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Seca

Quando secam-se os rios do interior
Dificilmente nascem brotos de amor.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Bifurcação

"Amar é guardar a fé dentro da esperança e a admiração dentro do amor." 
Fabrício Carpinejar




A poeira pisada se atordoa:
Rebelião da terra vitimada
Que comigo se afeiçoa.

Lágrimas regando a areia
Eu lembro das promessas
Pela estrada, à beira.

Certo que perdi a hora
O rumo, o prumo e as mãos.
Caminho no agora, agora.

E mesmo em face da solidão
Em fuga do meu domínio
Recorda-te ainda minha canção.

Primeiro Vôo - Parte IV (O churrasco)


Saboroso churrasco, conversas cheirosas. As delícias se confudiam em uma atmosfera de chá das cinco. E não deu pra saber se o mais gostoso era o gosto ou o cheiro. Não deu pra distinguir se o melhor era o que os olhos apreciavam - tanta que era a alegria!, ou o cheiro daquele momento adentrando em cada um de nós.

Uma recepção memorável.

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