domingo, 31 de julho de 2011

Primeiro Vôo - Parte III (Pessoas no Caminho)


Quando cheguei em Manaus, me vi em pânico. O avião estava com uma peça a ser trocada. Precisaríamos esperar no aeroporto. Eram 22h30 (mais ou menos). A Gol nos encaminhou para um hotel, onde ficamos esperando até 01h da manhã. Nesse meio tempo, o desespero crescia em muita gente que estava esperando como eu. O desespero de alguns e a revolta e reclamações escandalosas de outros. E eu só chorava. Era meu primeiro vôo! Eu tinha medo de tudo. Eu não tinha ninguém lá comigo para me consolar, para dizer que ia dar tudo certo... Foi aí que lembrei: Sarinhah mora em Manaus. Tentei contato com ela, mas sem retorno. Quando eu já tinha perdido as esperanças, ela me diz que iria me ver onde eu estivesse. Eu não poderia ter tido notícia melhor. Depois de 7 anos sem vê-la, pude, em um momento de solidão, receber o abraço quentinho e o conforto de uma amiga irmã, tão longe e então, por alguns instantes, tão perto, tão essencial. Quando a vi, desatei a chorar um choro misturado de medo, solidão, saudade, alívio e gratidão. Eu achava que estava só. Mas depois eu vi que só eu não estive em momento algum. Deus estava cuidando de todas as coisas. Se não fosse essa peça defeituosa em MANAUS (porque poderia ter sido em qualquer uma das cidades anteriores, ou mesmo no ar, mas foi em MANAUS), eu não teria visto Sarinhah. Talvez eu nunca mais a visse ou a visse quando nossos rostos já fossem irreconhecíveis ou não fizesse mais nenhum sentido. 

Além disso, eu lembro que antes de chegar em Manaus, logo na partida em Fortaleza, duas pessoas maravilhosas (Gina e Mira) sentaram ao meu lado no avião e me confortaram em todo o tempo dos meus medos de voar. 



Depois de uma delas ter saído, lembro do garotinho brilhante chamado Gabriel, que viajava sozinho mas não tinha medo de nada! Ele me ensinou a fazer máscara de papel e a deixar o braço voar quando o avião se prepara para pouso. 



Ele não me deixou perder o encanto do pôr-do-sol (eu quis dormir), fazendo desenho de sombra nas réstias de sol em nós.



Tiveram outras pessoas também (mas não tenho foto para mostrar), como Sueli e sua filhinha Gabriele (muito fofas e muito queridas!), que dividiram o quarto de hotel comigo. Não poderei esquecê-las. E em todos esses gestos que eu não vou esquecer, vejo pessoas que Deus me deu o privilégio de encontrar no meio do caminho, por diversas razões: para me encorajar, me fazer rir, me fazer descansar, me mostrar que eu nunca estive só e nunca vou estar, porque Ele nunca, jamais, vai me abandonar.

Chegando em paz em casa, tive saudade dessas pessoas. E penso se as verei outra vez. Não sei. Mas, de alguma forma, elas se tornaram essenciais.

"O Senhor é quem vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará; não temas, nem te atemorizes." Deuteronômio 31.8

(...)"E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século." Mateus 28.20b

sábado, 30 de julho de 2011

Espelho



De braço estendido
Estendo-me em saudade e suspiro.

Eu estou tão longe
E estou ainda contigo!

Em um esforço desmedido
Estico a alma ao passado partido.

Ainda estou contigo
Meu braço estendido.

Espelho do Amor Infinito
Parto, vivo, morro por motivo.

Temo não teres compreendido
E do Caminho teres se perdido.

As horas e os espaços distam;
Meu coração, partido, permanece.

[Perto.]


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Primeiro Vôo - Parte II

Depois do primeiro friozinho na barriga, comecei a ver Fortaleza assim, olha:


Depois, já não sei mais por onde voei. Só sei que o céu é liMdo! 




Esse momento foi bem legal, porque eu via nuvens abaixo e acima de nós. Foi bem emocionante e, é claro, eu fotografei. ;)


Algumas vezes, eu tinha vontade de pular nas nuvens pra ver se elas eram fofinhas como parecem. Parece um tapetão de pelúcia!


"Apertem seus cintos e deixem seus assentos na posição vertical. Estamos atravessando uma área de turbulência." E, obviamente, aproveitei para fotografar.



Eu vi a floresta amazônica lá de cima!!


Preparando-nos para pouso... olha o avião aí, tão pertinho do chão! (Amei essa foto.)


Este foi o momento em que eu confirmei: Sim, as nuvens são mesmo de algodão.


Sol poente, lá de cima. (Já tínhamos passado de Belém nesse momento.)


Grande Manaus! Muito, muito linda.


Porto Velho, finalmente! E, claro, o companheiro de aventuras!


Vôo 1431. Saímos no dia 17 de Julho de 2011 de Fortaleza, com escalas em São Luís, Belém, Santarém, Manaus e Porto Velho. O vôo seguiu até Rio Branco.


(To Be Continued)

domingo, 24 de julho de 2011

Uma lei que poderia ser criada

Foto de Jéssica Regis.


"Todo mundo deveria ser vizinho." 

"Os tempos são difíceis para os sonhadores." (retirado do filme Amèlie Poulin)

Lei
Quando lembro, entristeço.
Quando rio, adormeço.
Quando choro, anoiteço.
Quando sinto, amanheço.

Quando enxergo, eu abraço.
Quando choras, eu deságuo.
Quando ouço, eu suspiro.
Quando és, sobrevivo.

(Porque as grandes coisas são lindas. Mas as pequenas... ah, pequeninas.)
Para ti, minha doce Jéssica. Saudade, Amèlie.

sábado, 23 de julho de 2011

Primeiro Vôo - Parte I



Assustada com a expectativa do primeiro vôo, abraçava e ouvia as palavras de encorajamento dos meus pais, dos tios, da minha avó e da minha amiga-irmã. Eu estaria sozinha em poucos segundos, esperando o embarque na sala apropriada. Meus olhos estavam atentos ao número do bilhete e a tudo o que me cercava ali, na sala de tensão. Sentei perto de duas menininhas, que estavam acompanhadas pela mãe. Timidamente, sorri para elas e me acheguei à mãe. Perguntei-lhe: "Com licença, moça... O seu vôo é o 1431 também?" "Deixe-me ver... é, é sim. Daqui a pouco, eles anunciam nosso embarque." respondeu cordialmente. Agradeci-lhe e voltei ao meu lugar, observando tudo atentamente. De repente, o anúncio.

"Os passageiros do vôo 1431..." Fiquei de pé. O anúncio dizia para que formássemos duas filas. Assim fizemos e, finalmente, entrei no avião.

Eu estava com medo, mas, ao mesmo tempo, encantada com tudo. Eu estava em um avião!

Achei o meu lugar. Observava tudo. As comissárias de bordo, os comissários de bordo, o piloto, a cabine do piloto com a porta entreaberta, os passageiros que entravam, o aeroporto do lado de fora da janela.

Senti-me grata a Deus porque as pessoas que sentaram ao meu lado foram muito legais comigo. Uma delas já havia voado desde a infância. Então, ela me tranquilizou e me fez apreciar a viagem. Foi ótimo tê-las conhecido. Deus estava comigo através desses pequenos gestos de delicadeza.

O vôo é, então, anunciado. Estava nervosa e temerosa. Quanto maior a velocidade do avião para alçar vôo, maior a força que eu fazia ao fechar meus olhos. E sem que eu notasse o como ou o quando, eu via tudo ficar pequenino lá de cima. Foi simples e encantador. Eu estava voando... Voando... como nos desenhos que eu fazia quando eu era criança, como nos filmes que eu via... Como na canção Aquarela, eu ia voando, contornando a imensa curva, norte-sul... Foi lindo.

Eu não posso esquecer de dizer: sim, as nuvens são mesmo de algodão. Eu vi! Ainda não provei. Então, ainda não posso dizer que são de algodão-doce. Mas que são de algodão, são.

E toda essa viagem me fez pensar no cuidado de Deus. Ele não me deixou sozinha em nenhum momento. Eu estava sob os Seus cuidados, tendo tudo providenciado para que eu me sentisse segura. E eu vi o céu. Eu pensei: se esse céu é tão lindo assim, deve ser a melhor coisa do mundo conhecer o Céu, o lar preparado para mim. Em pensar que tudo isso foi feito e projetado pelo Senhor do Céu... que bênção que eu possa estar viva para admirar tudo isso, para estar um pouco mais perto de Sua glória e paz.

Eu tive medo de morrer. Passei a viagem inteirinha lutando contra esse medo. É que eu não entendia que o Senhor me ama e que, estando com Ele, a morte e a vida são a mesma coisa. É que eu não compreendia que não era necessário que eu reprisasse todos os meus pecados e concluísse que ainda não estou digna do Céu, porque eu nunca serei digna, por mais que o tempo passe e por mais que eu me esforce. É que eu simplesmente não havia entendido que o Senhor me ama e já não olha mais para o que eu faço de errado, porque Ele me olha através do Seu Filho, Jesus.

"Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro." Filipenses 1.21

(...)"Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz (...)" Colossenses 2.13b e 14a.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Em Rondônia

Oi, gente!

Como estão todos? Espero que estejam todos bem! 

Desde o dia 17 (ou melhor,18 - longa história ¬¬'), estou em Porto Velho, Rondônia, na casa do meu tio Ronaldo. Tem sido tudo ótimo por aqui e já tenho muitas aventuras para compartilhar. No momento, porém, não estou tendo muito tempo frente ao computador. Então, não tem dado para postar nada. A única certeza que tenho é que eu estou muito ansiosa (bem mais do que vocês, afirmo) para ver meus próximos posts. A viagem tem sido muito legal, não só pelas belezas naturais e pelo carinho que tenho recebido, mas também pelas coisas que tenho aprendido. Vocês vão gostar de saber! Em breve, gente, em breve. 

Desde já, quero agradecer aos leitores que tem comentado no bloguinho e aos que tem me seguido! Agradeço a Bianka Jones (também amo o seu blog!), a Maruskinha (amo você, amiga!), a Macabea de La Mancha (gosto de saber que compartilhamos um gosto ímpar por poemas - você me faz sentir normal! =), a  Ediney Santana (obrigada por ter passado a me seguir! Agora tenho 20 seguidores! ^^ Depois vou olhar o seu blog com calma.) e a todos vocês, queridos visitantes, leitores e seguidores! É bom tê-los folheando minhas Flores e Flechas!

Deus abençoe ricamente a todos! Vocês são muito valiosos, não esqueçam disso. Em meio a esse mundo sem afeto, nadem contra a maré. Saibam: Deus existe. E aprendam: Ele os ama e os quer por perto. Não deixem de crer: Ele nunca os abandonará.


Beijos e abraços, queridos!

Mima.

sábado, 16 de julho de 2011

Suave


Espera e aspira o cheiro
A porção que inspira a alma
Saúda e suspira o desejo
Cor e canção da alva.

A vida segue inusitada
Imprecisa, impressa em presente.
Surge dourada a alvorada
Sopra suave o vento oriente.

E eu vôo, suave e forte. 
Singelamente.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sonho

Dei agora por ignorar os sonhos. Não importa o quanto me comovam nem o tanto com que, de alegria ou angústia, me banhem. Ignoro os sonhos que te trazem para mim. Hoje eu tive um sonho.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Lágrima


Oh lágrima insegura!
Oscilando na linha tênue
Respira as lembranças de um tempo
Compenetrando-se no presente.

Oh lágrima insegura!
Rio de minha amargura!
Equilibra-te entre o outrora
E as surpresas de outra hora.

Oh lágrima insegura!
Insepulta!

Até a coitada chora por não saber.

terça-feira, 12 de julho de 2011

É pena.


Ser poeta é ser triste. 
É pintar de lágrimas-metáfora o papel, a lida. 
Há sempre um rio queimando no motor pulsante da vida.

     Eu me aventuro à poesia e à arte por ausência de alternativa. Minha maior vontade é que as palavras tenham alguma valia, na vida real. Atestei que palavra é, na verdade, vento. E amor é, na verdade, brisa. Mas nem sempre foi assim.

     Palavra, na verdade da verdade, é Verbo. E o Verbo estava com Deus. E o Verbo era Deus. E Deus é Amor. E não vento. Nem muito menos brisa. O meu grande questionamento, de agora em diante, será: Onde, do mundo, se foi o entendimento? Que o mundo agora é só tristeza e lamento, e carece de alegria e de todo provimento que vem da Palavra, que é Verbo, que estava com Deus e é Deus, que é Amor!

     Amor virou moda e baixou de preço; virou artigo de esquina, de bodega e camelô. Amor todo mundo tem por um tempo e todo mundo troca de vez em quando, com a mudança de estações. Amor está em liquidação.

     É pena que o amor, como já dizia Cecília, não tenha o peso de uma flor de espuma.
   
     O amor não tem importância nenhuma.
     
    [E tem a importância do mundo inteiro.]
     
     Que pena, mundo. Que pena. Ah, se conhecesses o Amor.

Lua de memórias


Planetas e estrelas refletindo em meus sentidos o pulsar do universo. E eu era inteira em instantes. Hoje sou poeta. Metade distante de um pequeno mundo. Lua de emoções, ó, beleza quase eterna! Leve-me de volta... leve-me...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Liberdade


"De que vale ser aqui, onde a vida é de sonhar? ... Liberdade." Marcelo Camelo

Onde está o amor?


De amores que cedo se vão, meu coração guarda só a recordação. Pequenino Príncipe, oh, meu pequeno... Visita o meu mundo e eu te mostrarei que em ti acredito. Que dos poucos que ainda acreditam que o amor está vivo, eu sou um deles. Traga-me um pouco de perfume do lugar infinito e um pouco da simplicidade com que se faz o amor. Do meu mundo o amor partiu há muito. E só restou de bom a lembrança e a ínfima esperança de que ele esteja vivo. Talvez ele vague em algum lugar no espaço. Talvez ele tenha sido plantado no seu planetinha. Talvez ele tenha cheiro e cor de sua flor. Oh, pequenino... oh, principezinho... Eu acredito que tu amas ainda, brilhando em algum lugar no espaço, sempre vivo, eternamente responsável pelo que, aos olhos, se é invisível. Volta ao meu mundo, pequenino... volta.

domingo, 10 de julho de 2011

Danço


Ensaios e improvisos compondo as cores da minha vida. E eu continuo. Entre um e outro desequilíbrio, eu sobrevivo dançando. Eu não vejo o palco, nem a platéia. Não vejo você. Não me vejo. Eu danço. Danço que a vida é música e só. Danço que a vida é surpresa do que virá. Eu danço muito sem ensaiar. As notas tristes me emocionam e eu danço e choro, não me canso. Eu giro e movimento as mãos com delicadeza e, se a música me pedir, deito e respiro. Eu salto e rodopio  com força e coragem. Eu suo e faço arte por e sem sentir. Se a música pedir eu rio, amo e um sem fim, oceano. Se a música calar eu durmo e danço ainda assim. Se a música ficar baixinha os meus gestos lentamente sabem sorrir, rodando e rodando o movimento da terra, da vida, do sim. Sim, eu danço. Eu sei que a canção é imprevisível, e é impossível saber a hora de a melodia ter fim. Só sei que danço sozinha neste palco-jardim. Danço e sinto os passos de surpresa me ditarem gentilmente os próximos gestos, em cordial leveza, suspiro e jasmim. Danço com força no corpo, nos pés e na mente, para prosseguir, com doçura, saltando, correndo, sorrindo e chorando neste palco de mim. Nenhuma tontura faz terminar a música. A vida é depois e aqui, mas nunca no que se já foi. Os passos trocados de um segundo atrás já são esquecidos pelo acorde que se segue agora, impulsionando vivo e feroz um novo movimento. Dançar é seguir ritmadamente a música, que não pára, não pára e faz a dança continuar. Música, movimento e voz é essa escritura que nos faz respirar. Vida é dança, gesto veloz. Vida, vida. 


E eu sigo dançando no ritmo. Se preciso, canto. No tom.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Uma pausa no jardim

Querido jardim Flores e flechas,

     Preciso te deixar por alguns dias. Não, não é que eu queira ficar longe. É que preciso ler e estudar um pouco por uns dias. Mas é que cultivar-te é tão grande prazer que, muitas vezes, me distraio, pensando no cuidado que  tenho de ti.

     Deixo expressa minha saudade e minha vontade de palavras e poemas sem fim. Espero não me demorar. Não te esqueças de mim.

     Deixo-te aos cuidados dos beija-flores carinhosos e dos leitores que passarem por ti.

Com carinhos,

Parte II - a (Cecília Meireles)

Em Vaga Música:

GAITA DE LATA

Se o amor ainda medrasse,
aqui ficava contigo,
pois gosto da tua face,
desse teu riso de fonte
e do teu olhar antigo
de estrela sem horizonte.

Como, porém, já não medra,
cada um com a sorte sua!

(Não nascem lírios de lua
pelos corações de pedra...)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Jornada literária - Da poética de Meireles - Parte II

Das leituras de Vaga Música. [Apresentarei um a um dos poemas que mais aprecio neste livro].


INSCRIÇÃO NA AREIA

O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Poema

Aos poetas e aspirantes.

Teorema da palavra trêmula
Inexiste na existência efêmera
Transcende a vaga essência
[de vagar]:

poesia.

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