quarta-feira, 20 de junho de 2012

Aranhas

Entreguei meus rabiscos às aranhas.
Hoje, da janela, papéis jogados
e poeira.
Com pesar, noto as construções
e ao redor, tudo vira edifício.
Apenas a casinha amarela
permanece amarelando.
Mas de uma coisa eu sei:
Não dou. Não troco. Não vendo.
Poesia é um investimento de vida,
por mais caduca que seja.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Vozes



Fecho os olhos
Ouço vozes.
Você fala.
Eu ouço.
Sabedorias.
Filosofias.
Intelectos.
Ouço os relativos.
Os absolutos.
Os absurdos.
Os abusos.
Ouço a ignorância.
A prepotência.
A eloquência.
Ouço a ciência.
A religião.
A inocência.
A exatidão.
Ouço a descrença.
A pluralidade.
A pós-modernidade.
Ouço gritos e silêncios.
Caducos.
Contemporâneos.


Pertenço, contudo,
pelo sangue, à loucura.

Identifico-a entre os sons!
Ah!... Doce loucura!
Quem me dera um mundo de loucos.

"Onde está o sábio? Onde, o escriba?
Onde, o inquiridor deste século?
Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?
[...]aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.
[...]Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; 
e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
[...]Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes.
[...]para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus."
I Co 1.20,25,27; 2.5.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Mel

Melindres meus...



Melodia dengosa
Indecifrando os lábios
Melados,
Molhados do chorinho meu.
Melindres... molengos...
Modificando tua testa,
Metamorfose secreta,
Melhorando-nos o coração.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

10 RAZÕES...

...pelas quais nunca serei uma pessoa culta!!!!!

1) Prefiro gastar horas conversando com as pessoas do que lendo.
2) Quando não estou conversando, estou ouvindo música, e não, lendo.
3) Se não ouvindo música ou conversando, estou comendo... e não, lendo.
4) Se nenhum dos anteriores, estou dormindo. Não, lendo.
5) Estarei assistindo Friends em outras ocasiões. Não estarei lendo.
6) Poderei estar escrevendo poemas. Mas não estarei lendo.
7) Poderei estar faxinando... mas não, lendo.
8) Abraçando e beijando as pessoas. Não estarei lendo.
9) Admirando as flores... sem um livro nas mãos.
10) Vivendo. Não lendo.

E agora?

terça-feira, 17 de abril de 2012

Pessoas




Da epiderme ao cerne
Nada se completa
Nada se define.

Seres amórficos
-não obstante, bem feitos
metamórficos.

Incorrigíveis.
Quase impenetráveis 
[sujeitos

Ao tempo, lamento
Ao toque, transtorno -
Ao sopro,           ...


[eternidade].




sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Discrição

Costura palavra por palavra
Tim-tim por tim-tim.
Faze um bordado e forra-te o fundo da alma.

Não costures cortina, nem toalha de mesa.
Não faças dela seu cobertor.
Forra-te o fundo da alma.

Palavra bem guardada é tecido-silêncio.
Silêncio é manta de lã.
Forra-te o fundo da alma.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Pele

Basta-me um pequeno gesto, feito de longe e de leve, para que venhas comigo e eu para sempre te leve." 
Cecília Meireles

Não me toques a superfície.
A minha essência sente.

Dedos alheios, olhos displicentes
São-me arduamente insuficientes.

Se me tocas com dedos ásperos
Minhas pétalas caem.

Se me olhas com negligência
A minha alma arde.

Melhor que não me toques.
Melhor que não me olhes.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Amanhã



Olha lá!
Um barquinho no horizonte
Flutuante, segue errante
o seu caminho.

Olha lá!
Pássaros voando ao longe
Vão em bando, céu aberto
rumo incerto.

Olha lá!
O que vem lá?
Não sei, decerto.

Olha lá! O vento sopra!
A areia voa...
E eu me aquieto. 

domingo, 8 de janeiro de 2012

Um+um=1

Penso que o amor seja inteiramente sublime e inteiramente simples.

Como Jesus.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Minha Jumentinha

Inventei de criar uma jumenta.
Tão bondosa era a bichinha!
Acalmava minha alma
Com seus olhos de pombinha.

Mas não era só assim
Que a danada sempre agia.
Era livre que nem águia
E eu atrás dela corria!

O pior eu nem te conto
Que me fez aquela cria.
Quando mais precisei dela
Empacou e eu, na agonia.

Té que um dia foi-se embora
Como passarinho em fuga
E eu que faço agora
Sem aquela criatura?

Eu gostava é muito dela
E da sua companhia!
Dei-lhe um nome de donzela
Batizei-lhe de Poesia.

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