quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sorrisos

Sorrisos dizem muito sobre a gente
E algumas vezes, sorrisos também nos mentem
De canto de boca, de boca aberta
De boca fechada
Sorrisos e gargalhadas...
Sorrisos me chamam atenção...
Sorrisos recheiam meus olhos
Sorrisos abobalhados
Sorrisos engraçados
Tímidos, envergonhados
Sorrisos disfarçados...
Sorrisos presos, sufocados...
Aqueles sorrisos que queremos esconder
Mas todo mundo vê, hehehe...
Sorrisos apaixonados
Sorrisos que pedem beijos...
Sorrisos fingidos
Para não magoar o contador de piada sem graça
Sorrisos que riem e que choram
Sorrisos que alimentam minha alegria...
Sorrisos que marcam sonhos
Memórias, fotografias
Sorrisos de olhos, sorrisos de corpo...
Quando a natureza sorri? Aiai..
Sorrisos que eu amo de vontade...
Sorrisos que deixam na saudade...
Sorrisos que me provocam sorrisos
Sorrisos cínicos, sorrisos pidões
Sorrisos atenciosos
Sorrisos, simplesmente
E tudo o que lembra o teu sorriso...

SE

Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!


Rudyard Kipling
Tradução de Guilherme de Almeida


(Agradeço a tio Ronaldo, meu tio psicólogo, conselheiro amoroso. Amo-te toda hora. Obrigada por me mostrar tão rico poema.)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A um grande amigo

Por detrás das montanhas
Vi o sol nascer devagar
Espreguiçava-se na brisa
Era tanta a sua preguiça
Eu o via raiar.

Era um raiar doce
Doce raiar de amigo
Um amigo em mim nascia
Você em mim, o meu brilho
Eu o via chegar.

Já alto brilho luzia
E tudo se alumiava
Seu brilho marcou meu dia
Minha vida nova ficava
Eu o via encantada.

Amigo já me marcava
Abrigo que me acolhia
Sua luz em mim cintilava
Sem você eu nunca estaria
Eu o via marcada.

Além mais brilhou sua luz
Em mim, ardente chegava
Ardia, luz refulgente
Mais que amigo se tornava
Eu o via abraçada.

Um dia, a luz que luzia
E até já me tatuara
Do outro lado se encondia
Foi a noite que chegara
Eu o via calada.

O sol na noite se escondia
E eu, prateada ficava
A luz refulgente eu não via
Sozinha eu me consolava
Eu o via recostada.

O brilho da alegre luz
à memória ainda luzia
Ao amigo, então, me conduz
A esperança de um novo dia
Eu o vejo em minha morada.

Poema da esperança

Procuro o poema da esperança
Por todo canto dentro de mim
Nem me importo se tem mesmo rima
Nem mesmo se tem estrofes
Nem até se tem mistério
Nem que corações toque
Só quero dele a esperança
Esperança que me console
Esperança que me motive
Esperança que me transforme
Esperança que traga vida
A rede que nos envolve
E do amor perdido, a acolhida
Solução que nos contorne.

Amor perdido

Um livro de sete capítulos - perfeito -
Com sete páginas cada
Cinqüenta é o número total.

Domingo, a capa da frente
Domingo, a página final.

domingo, 25 de outubro de 2009

Do outro lado

Calando
Acalentando
Embriago o rosto
vazio molhado
tudo mudo
o mundo calado
calada me mudo
pro outro lado...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Poema egoísta

Meu peito rebenta em poema
Lágrima vertida em fúria
Meus eus se libertam ferozmente
Formando a poesia solitária

Poesia sozinha, só minha
Eu e meus eus eloqüentes
Fluência da linguagem muda
Dos meus anseios fulgentes

Minha poesia é meu ar
Do pulmão a se livrar
Eu só quero achar meu lugar
E o canto do meu amar

Não me detenham do mar
Não me privem da queda
Eu quero aprender a amar
Meu eu e um pedaço a mais

Eu quero o meu lugar
Respeito e um pouco de tudo
Meu espaço recluso

Eu quero um só amar
Teu canto mudo
Meu lugar de estar.

Canto solitário

Se te vais
Eu só fico

Desejando a paz
Petrifico

Sozinha no cais
Eu só grito



Se me vens
Fortifico

Coração e voz
Meu sorriso.

minha poesia triste

Ecoam tons menores
Eu os absorvo
Lentamente

Corpo entregue aos tons
Melancolia latente
Um ser ausente

Noite fria e quieta
Meu corpo ao chão
Silenciosamente

Mundo em redor
Meu tempo mudo
O céu à frente

Imenso azul
Estrelas dele
E eu, envolvente

Meu mundo ali
Poema assim
Que me acorrente

Tempo à parte
Parte de mim
Tristemente

Melodia de mim
Silêncio ali
Tão-somente

Céu e eu
Estrelas e eu
Eu, semente.

Papel e pena



Poeta com tudo se encanta
Detalhe bobo faz perceber
Poeta que a tudo encanta
Lança magia no viver

É a gota d'água
É o canto de boca
É a mão dada
É a voz rouca

É o pingo da chuva
É o olhar de lado
É a linha curva
É o chão molhado

É o surgir da lua
É o debruçar do mar
É a carne nua
É o espreguiçar

É a pedra no caminho
É a janela aberta
É o passarinho
É o toque de alerta

É o polegar da mão
É o cabelo despenteado
É o nascer da paixão
É o homem desempregado

É o desânimo de escrever
É o balanço na rede
É o beijo de adormecer
É a saliva e a sede.

Para um novo poema
Tudo é combustível
Ao poeta, papel e pena
E tudo ganha sentido.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Caminho

A culpa
A falha
A culpa outra vez.

O dia
A noite
O dia outra vez.

A revolta
O cansaço
A revolta outra vez.

A maldade
Pensamento
A maldade outra vez.

O pecado
A distância
O pecado outra vez.

O Caminho
os caminhos
O Caminho outra vez.

A resposta
um desvio
A resposta outra vez.

Uma guerra
Relutância
Uma guerra outra vez.

Uma luta
Militância
Uma luta outra vez.

A Palavra
à memória
A Palavra outra vez.

Uma morte
O perdão
Esperança outra vez.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Avenida

Percebo-me, de repente, no meio da rua da vida
Agitada avenida
Correndo contra o tempo
Impelida pelo som irritante da buzina
Cá estou eu
No meio da avenida.

A calçada atrás de mim
As vitrines e tudo o que eu seria
À minha frente, o tudo que eu não sei
E onde estou, onde não quero estar:
No meio da avenida.

Olho para os lados e nem sei dizer
Sinto-me criança ainda
E tenho vergonha
- de não ousar
Medo de atravessar a avenida.

Se ser adulto é tomar decisão
Tudo que sei é estar perdida.

Quem sou eu ainda?
Quem já sou nessa vida?
Outra coisa eu até diria
Se não soubesse que hoje
Eu sou apenas uma menina assustada
Perdida no meio da avenida.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

É saudade...²


Saudade da menina
Saudade da boneca
Saudade das estórias de ninar

Saudade das conversas de calçada
Do tempo em que não nasci
Das fotos amareladas

Saudade da força que eu tinha
Dos sonhos que eu tinha
Da mulher que eu construía

Saudade das horas de estudo
Dos planos de vida
Dos cuidados que eu tinha

Saudade do golaço
Do brincar de abraço
Do afundar em afago

Saudade da mão na minha
Do olho no meu
Do poema teu

Saudade de mim em ti
Saudade de mim em mim
Saudade de ti em mim

Saudade tem Quê de vontade
Vontade de completude
De um olhar sem fim...

Por ele vela

A vela do barco,
Um vento, um temporal
A vela no vento

A vela é do barco ou do vento?
O barco é do mar ou da vela?
A vela guia, via no vento

Ela vela no silêncio
Enquanto é temporal
Vela calada pelo poeta

Barcos e velas
Enquanto ela por ele vela
à forte ventania

Ela por ele vela muda
A vela acesa do amor
Coração não muda

Uma prece silenciosa
Molhada insistência
Soprando velas

Face ao temporal
Velando persiste
Pela paz ao final.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Poeta irresponsável

Dedico aos poetas irresponsáveis, como eu


Tudo o que eu vivo é um poema
Está no poema
Vive no poema
Respira do poema

Escrevo quando me inspiro
E quando não, apenas respiro o poema
E quando nem inspiro nem respiro poema
Escrevo qualquer coisa e chamo de poema

Como agora.

O mundo ao redor me convoca
Toca trombeta, chama a imprensa
O mundo precisa da minha voz, das minhas mãos, da minha
assinatura

E eu só preciso do poema

Como agora.

Escrevo qualquer coisa,
Perder o encanto é o que não quero
Escrevo em versos bagunçados
São meus versos

De agora.

Preciso sair,
o mundo real é mesmo chato
Sou poeta irresponsável
Gosto de poesia, poesia viva

Como a de agora.

Se não tenho o fim da distância
Se não tenho a rede na varanda
Se não tenho o mar em olhos
Se não tenho o poeta

Poeta serei, irresponsavelmente,

como agora.



O fim do começo

A noite é o fim do dia
Que é o fim da noite
Que é o lugar da lua
Que se esconde no Sol

O aniversário é o fim
Do tempo completado
O fim é o começo
De um outro fim

O mês completo é só o fim
Do ciclo de dias que começam
Recomeçam como sempre
Aniversário do fim

O marco do mês do sim
Diz não, enfim
não para mim
acompanhando um 'se'.

Oh no

Oh yes

Send me a song - Celtic Woman

Mande-me Uma Canção

Siga a onda agora e saiba que você é livre
Dê as costas para a terra e encare o mar
Encare o vento agora, tão selvagem e tão forte
Quando você pensar em mim, acene para mim e me mande uma canção


Não olhe pra trás quando você chegar em uma nova praia
Não esqueça a razão de você estar me deixando
Não esqueça quando você sentir muita falta de mim
O amor nunca deve segurar, abraçar apertado, mas, sim, deixar partir


Oh, as noites serão tão longas quando eu não estiver em seus braços
Mas eu estarei nessa canção que você canta pra mim
Através do oceano, de algum forma, algum dia
Você estará distante, tão distante de mim
E talvez um dia eu siga você em tudo que você faz
Até lá, mande-me uma canção


Quando o sol atear fogo na água
Quando o vento encher as velas do seu barco
Deixe o canto do pássaro no vento
Acalmar sua tristeza e solidão
E então comece a cantar para mim
Eu cantarei para você
Se você prometer me enviar uma canção


Eu caminho na praia e escuto
Escuto sua canção vir tão suave e tão clara
E a pego e respiro no vento
E dou um sorriso e canto uma canção para você
Eu enviarei uma canção para você
Cantarei uma canção para você
Cantarei para você
Se você prometer me enviar uma canção.

(Não sei por quê, mas as notas dessa música são pedaços de mim.)

A hora errada

Durmo na hora errada
Acordo na hora errada
Começo o dia na hora errada
Escovo os dentes na hora errada

Meu café é na hora errada
E faz o almoço também o ser
Fico com fome na hora errada
Ao fim do dia, procuro o que comer

Crio histórias na hora errada
Escrevo poemas na hora errada
Começo a amar na hora errada
E me despeço na hora errada

Fico sozinha na hora errada
Porque te preciso na hora errada
Eu te espero na hora errada
Vou te amar, mesmo errada...

Dois Barcos

"Quem bater primeira dobra do mar
Dá de lá bandeira qualquer
Aponta pra fé e rema"

(Marcelo Camelo)

sábado, 3 de outubro de 2009

Linguagem e despropósito

Por Renan Ramalho
um poema que me fitou


Arte pra que?
Quem come poesia?
Por que melodias?

A poesia do coração cheio
Pela arte, o estômago vazio
O traço do braço vadio
O compasso dos dedos trastejantes

Destratantes de cordas e versos
A crise alimenta a poiética
A arte se é ética ou estética,
se mescla a devaneios errantes

Inconstantes métricas dilaceradas
Dissonâncias de acordes conflitantes

Se vale ou não vale...

Se a mente tanto fala e não bate
O coração tanto treme que se mantém calado

poesia é caroço, é ação
é coração em mil decibéis
razão nos compassos binários
dos traços revoltos

couraça de ética na estética dos sentimentos
por isso linguagem
por isso humano
por isso útil


(Renan é um amigo que tenho descoberto ultimamente que, apesar de ser muito diferente de mim e, talvez, exatamente por isso, tem me ensinado muito, com sua postura, desprendimento e poesia. Admiro muito seu caráter. 'Obrigada, Renanzinho, por me ceder o poema.' Renan é autor do blog Incompleto e sem título, listado entre os meus blogs favoritos.)

Por minha doce Déia

Homenagem de Andréia Moura

Cada moda a seu ponto,
Cada ponto a sua moda,
Cada ponto tem seu tempo,
Cada tempo a sua historia.

O ponto faz a moda,
A moda vem com o tempo,
O ponto muda a moda,
E a moda muda o tempo!

Amei, doce menina. Amei.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

egoísmo

"Internet ruim, cacilda!"

Hoje, de repente, me deparo com certo comportamento. Não faz muito tempo, mudamos de internet a radio para internet ..., um tanto quanto mais rápida. A internet é maravilhosa, quando funciona. Acontece que, por ironia do destino, aqui em casa, poucas vezes ela funciona. - Ressalto que, quando ela funciona, só elogios. Xuxu-beleza. Continuamos carentes de conexão rápida. Por ser viciada em conversar via net, fico extremamente irritada quando não consigo isso. Por que sempre tem que acontecer na hora em que eu quero conversar? Por quê? Isso me irrita profundamente. Não é de irritar e entristecer quando você passa o dia inteiro esperando por um momento e, naquele momento, exatamente naquele, entra água? *Entrar água, do verbo ih,não presta mais.

Então, algo que não costuma acontecer, deu de acontecer hoje, no meio de minha irritação. Refleti sobre a modo como fico irritada quando não consigo conversar com pessoas que gosto muito pela internet e procurei pensar se alguém fazia o mesmo por mim. Daí, pensei como Deus pode também ter o mesmo sentimento por mim. Sei que Ele não sente a mesma coisa, porque não é imaturo nem sanguíneo como eu. Mas, dadas as proporções, talvez, se Ele me ama tanto, deve sentir falta de mim quando eu encho meu dia de todas as coisas que eu gosto. De algum modo, 'conversar com Ele' não está incluído nas minhas 24 horas diárias, entre as coisas que eu tenho prazer. Embora no papel, dentro de uma tabela detalhada de atividades, esteja escrito "Ler a Bíblia e orar", a partir das 7:30 da manhã, nenhum dia consegui cumprir o planejado. Isso me fez refletir... De que adianta estar no papel? Talvez não esteja no coração.

De repente, vi que meu sentimento de frustração, por mais que seja cercado de imaturidade, faz algum sentido. Não gosto de planejar conversar com alguém, esperar por alguém, ter muito a oferecer a alguém e, no final das contas, não poder encontrar com esse alguém. É ruim, é frustrante. Devo ter herdado isso de Deus. Eu sei que Ele quer me encontrar, que me ama infinitamente mais do que eu amo as pessoas com quem tanto anseio conversar, que espera por um momento a sós comigo, que tem muito a me oferecer. Mas nem sempre, ou ainda, dificilmente, estou disponível. Agora parece tão insignificante uma internet ruim... Claro que quero uma internet boa, com web cam e tudo mais que me facilite o contato com as pessoas que amo, mas... prefiro estar disponível em rede com Deus. Prefiro estar disponível.

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