Cíntia e Sílvia
Quem estreita porta vê
Com estreita visão
Só pode estreitar para si
O que, por si, já estreito é.
Quem pega p'ra provar
O que, pela boca, não deixa passar
Em sua mão, deixa estragar o gosto
Do que de bom sabor lhe seria.
Quem, de longe, tenta alcançar
Aquilo que de si distancia
Só pode ainda alongar
O que, de si, já longe está.
Mas quem percebe a distância exata
E a fim de alcançar, se coloca
E que sorve o que lhe oferecido
Antes que chegue o tempo em que não o mais possa tragar.
E quem estreita porta vê
E, a si, mais que ela, estreito
Descobre que não é escasso
O que aparenta coibir espaço.
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