- Vamos falar às claras, então.
- Vamos, sim.
- Do que você acha que eu preciso?
- Bom, eu acho que é bom começar fazendo silêncio.
- Tá. Tudo bem. Mas o silêncio que você quer dizer é... tipo assim, silêncio mesmo? Tipo, eu não falar mais nada? Porque, tipo, eu, às vezes, acho importante expressar o que tô sentindo. Tipo, você não acha?
- Bom, sim. Mas você perguntou minha opinião. Eu sugiro o silêncio. Algumas vezes, o que a gente fala atrapalha o que a gente pode ouvir. Ou vir a ser. Silêncio refletido. O que você entende disso?
- Ah... Eu fico triste com o silêncio.
- Por quê?
- Não sei. É vazio. Sei lá... é sozinho. É triste.
- Pode ser. Mas falo de um silêncio refletido.
- O silêncio cansa.
- Não quando você começa a ouvir os sons do silêncio. Ou no silêncio.
- Ai, ai... essa conversa é muito muito pra mim.
- E então? O que me diz? Vai tentar? O que vai fazer?
- Por quê?
- Não sei. É vazio. Sei lá... é sozinho. É triste.
- Pode ser. Mas falo de um silêncio refletido.
- O silêncio cansa.
- Não quando você começa a ouvir os sons do silêncio. Ou no silêncio.
- Ai, ai... essa conversa é muito muito pra mim.
- E então? O que me diz? Vai tentar? O que vai fazer?
- Ah... falar... contar pros amigos, sei lá. Desabafar.
- E o silêncio?
- Ai... isso tá me irritando. O que é que tem?
- É que talvez exista alguém que queira falar além de você. Se você não procurar ouvir...
- Ai, mas que coisa! Quem é que quer tanto falar?
- Voltamos ao ponto zero. É bom você começar fazendo silêncio.
Hahahaha. Amei. Lembrei de uma frase dessas meio provérbio de caminhão, que diz que dentre aqueles que nada dizem, poucos são os que fazem silêncio.
ResponderExcluirque saibamos do silêncio.