quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O amor no sertão



-O quê? Nem precisa perguntar: Eu te amo, Teresa! Eu te amo! Te amo, te amo, te amo!
-Mas eu...
-Ah, sim, entendi! Certeza! Caso, sim! Caso!
-Não, era só...
-Massagem? Faço sim! Faço! Qualquer coisa!
-oO... Erh... Jo..ão.., era só para pedir que me mande aquele texto outra vez, para eu corrigir...

O amor chegou pra Teresa como a chuva no sertão. Teresa chegou pra o amor perplexa como... como ela só... E o eclipse se deu ao amanhecer, diante dos seus olhos!

O amor, tal qual semente, algumas vezes dá no sertão da vida, sem que se regue ou se plante. Às vezes, o amor se planta e dá até muitos bons frutos. Tem vezes que o amor nasce entre pedras, ou entre espinhos.

Já me disseram que tem amor que, mesmo que se regue e se cuide, nunca dá fruto nenhum (esses, na verdade, são como a tangerina é para a laranja: uma laranja falsificada). Tem amor que cresce muito e logo morre. Tem amor vistoso e bonito, mas sem raíz. Tem amor florido e perfumado, dedicado e saudável... Tem amor doentio...

E tem amor que nasce como o de Teresa - é plantado no sertão da vida, observado e dedicado, à espera da chuva que o faz crescer... E a chuva esperada no sertão, que fica algum tempo desesperada, veio ali, para Teresa...

Chuva no seu sertão... E Teresa, em misto de surpresa e descrença, pôs-se a maravilhar-se com as gotas serôdias a regarem seu precioso pé de amor.


Um comentário:

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