Semana passada, eu estava nas Lojas Americanas procurando um DVD legal para comprar e, assim, aperfeiçar meu inglês, vendo o filme repetidas vezes. Tinha que ser um filme bom, pra ser assistido mais de uma vez. Procurei, procurei... Até que vi, no meio de muitos outros, O Pequeno Príncipe! Era o único que havia na loja. (Pelo menos eu não vi outro, e olhe que eu procurei muito!) Eu me animei para levá-lo porque vi que era um musical! Quis levar, acima de tudo, porque gosto muito do livro de Exupéry.
Assisti uma parte do filme logo no primeiro dia. No segundo dia, comecei tudo de novo e, dessa vez, vi até o fim. Até então, eu não tinha uma parte favorita do livro. Mas, vendo o filme, eu descobri um trechinho especial. Não é novidade para os que já leram O Pequeno Príncipe. Mas, pra mim, soou novo. E é a famosa conversa do pequenino príncipe com a raposa. Veja:
"Que quer dizer cativar?"
"É algo quase sempre esquecido" - disse a raposa. - "Significa 'criar laços'..."
"Criar laços?"
"Exatamente" - disse a raposa. "Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
Eu assisti. Pensei. Achei muito bonito. Guardei. E aí, na monotonia emiessiênica, o encanto da cena que ficou guardada na memória parece, como em um conto de fadas, virar realidade pra mim. Ora, como assim? É estranho, caro leitor, porque sempre fui rodeada de amigos! A maioria deles vieram daquele jeito sem explicação, que quando a gente se percebe, já está contando os maiores segredos e... pronto! Já éramos amigos, nem sei mesmo a partir de quando. Alguns outros, eu tive que me remexer um pouco para poder cativá-los. (E isso também tem relação com o livro). Mas, semana passada, foi algo meio sem consciência, embora tivéssemos percebendo mesmo assim. Eu quero dizer que não foi algo assim, premeditado, planejado, arquitetado para cativar. Ora, você pode imaginar? Era Flávio Américo, aquele mesmo. Era Janeiro de 2006, e ele fez todo mundo do ônibus rir de mim, me chamando de Esmirna. Fiquei logo com receio. "Esse cara nem me conhece, já tá tirando onda... Afaste-se dele. Não brinque. Fique séria. Qualquer palavra sua pode se voltar contra você." O tempo passou e a coisa foi ficando mais normal. Eu digo normal porque a tensão foi passando. Aí, acalmou ainda mais quando, no ano seguinte, em 2007, Aquiraz-CE, ele disse que eu era engraçada, e seríamos uma boa dupla de comediantes. Aí eu pensei: "Bom, ele não tem marcação em mim. Vai ver ele é meu amigo..". Aí veio o IPL 2008. E veja você que honra: Flávio Américo, aquele, me chama pra fazer uma agenda interior. "Rapaz, então, assim... Ele é meu amigo, né? Deve ser... Pensei que eu não fosse ninguém." Pra você ter uma noção, Flávio discutiu comigo! Você tem noção? Ele podia ter simplesmente ignorado minha opinião. Mas ele discutiu! A gente não discute com pessoas insignificantes... Era um sinal de amizade, não era? De qualquer modo, isso era alguma coisa, mas também não era nada de mais. E sempre que a gente se via, a gente se falava e se tratava como 'amigos?'. Ou talvez só amigáveis. Ou então, só conhecidos. O fato é que em dois dias por trás das telas frias do mundo digital, depois de um "bicha feia", ou "cabetal", parecia que eu via a cena da estranha conversa entre a Raposa e o Pequeno Príncipe. Ora... éramos amigos antes... ou talvez ainda não. Conversas simples, como costumeiras, que foram crescendo e se transformando em confissões, coisas que você só diz pro diário, ou nem mesmo diz. Um cara que diz, na maior, que eu pareço um ser mitológico não pode ser menos do que um amigo. Falar em amigo parece tão pequeno, mas é exatamente isso. É que a palavra significa mais do que o que costumamos acreditar. Amigo, aquele a quem se ama. Até mesmo amor tem se banalizado tanto que parece pequeno falar em amor. Ou parece sempre um tanto erótico. Mas me refiro a amor mesmo. Amor de amigos. Como a raposa explicou, Flávio era só um abuense legal, como muitos outros. E depois evoluiu pra um abuense legal que mora perto. E depois pra um abuense que tem a cabeça capital! Cabetal! Até que aconteceu, sem métodos, sem artimanhas, nem planejamentos antecipados, aquele cativar do livro. E Cabetal evoluiu pra Querido Diário, ou, simplesmente, amigo. Amigo de verdade. Querido Bolinha, surpresa ao conhecer o seu caráter, feliz ao descobrir seu mundo, leveza ao apresentar-lhe o meu. Muito prazer, Esmirna, Cabessoró, ou qualquer nome que me queira dar, amigo. Muito prazer, sua amiga, Jemima.
Assisti uma parte do filme logo no primeiro dia. No segundo dia, comecei tudo de novo e, dessa vez, vi até o fim. Até então, eu não tinha uma parte favorita do livro. Mas, vendo o filme, eu descobri um trechinho especial. Não é novidade para os que já leram O Pequeno Príncipe. Mas, pra mim, soou novo. E é a famosa conversa do pequenino príncipe com a raposa. Veja:
"Que quer dizer cativar?"
"É algo quase sempre esquecido" - disse a raposa. - "Significa 'criar laços'..."
"Criar laços?"
"Exatamente" - disse a raposa. "Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
Eu assisti. Pensei. Achei muito bonito. Guardei. E aí, na monotonia emiessiênica, o encanto da cena que ficou guardada na memória parece, como em um conto de fadas, virar realidade pra mim. Ora, como assim? É estranho, caro leitor, porque sempre fui rodeada de amigos! A maioria deles vieram daquele jeito sem explicação, que quando a gente se percebe, já está contando os maiores segredos e... pronto! Já éramos amigos, nem sei mesmo a partir de quando. Alguns outros, eu tive que me remexer um pouco para poder cativá-los. (E isso também tem relação com o livro). Mas, semana passada, foi algo meio sem consciência, embora tivéssemos percebendo mesmo assim. Eu quero dizer que não foi algo assim, premeditado, planejado, arquitetado para cativar. Ora, você pode imaginar? Era Flávio Américo, aquele mesmo. Era Janeiro de 2006, e ele fez todo mundo do ônibus rir de mim, me chamando de Esmirna. Fiquei logo com receio. "Esse cara nem me conhece, já tá tirando onda... Afaste-se dele. Não brinque. Fique séria. Qualquer palavra sua pode se voltar contra você." O tempo passou e a coisa foi ficando mais normal. Eu digo normal porque a tensão foi passando. Aí, acalmou ainda mais quando, no ano seguinte, em 2007, Aquiraz-CE, ele disse que eu era engraçada, e seríamos uma boa dupla de comediantes. Aí eu pensei: "Bom, ele não tem marcação em mim. Vai ver ele é meu amigo..". Aí veio o IPL 2008. E veja você que honra: Flávio Américo, aquele, me chama pra fazer uma agenda interior. "Rapaz, então, assim... Ele é meu amigo, né? Deve ser... Pensei que eu não fosse ninguém." Pra você ter uma noção, Flávio discutiu comigo! Você tem noção? Ele podia ter simplesmente ignorado minha opinião. Mas ele discutiu! A gente não discute com pessoas insignificantes... Era um sinal de amizade, não era? De qualquer modo, isso era alguma coisa, mas também não era nada de mais. E sempre que a gente se via, a gente se falava e se tratava como 'amigos?'. Ou talvez só amigáveis. Ou então, só conhecidos. O fato é que em dois dias por trás das telas frias do mundo digital, depois de um "bicha feia", ou "cabetal", parecia que eu via a cena da estranha conversa entre a Raposa e o Pequeno Príncipe. Ora... éramos amigos antes... ou talvez ainda não. Conversas simples, como costumeiras, que foram crescendo e se transformando em confissões, coisas que você só diz pro diário, ou nem mesmo diz. Um cara que diz, na maior, que eu pareço um ser mitológico não pode ser menos do que um amigo. Falar em amigo parece tão pequeno, mas é exatamente isso. É que a palavra significa mais do que o que costumamos acreditar. Amigo, aquele a quem se ama. Até mesmo amor tem se banalizado tanto que parece pequeno falar em amor. Ou parece sempre um tanto erótico. Mas me refiro a amor mesmo. Amor de amigos. Como a raposa explicou, Flávio era só um abuense legal, como muitos outros. E depois evoluiu pra um abuense legal que mora perto. E depois pra um abuense que tem a cabeça capital! Cabetal! Até que aconteceu, sem métodos, sem artimanhas, nem planejamentos antecipados, aquele cativar do livro. E Cabetal evoluiu pra Querido Diário, ou, simplesmente, amigo. Amigo de verdade. Querido Bolinha, surpresa ao conhecer o seu caráter, feliz ao descobrir seu mundo, leveza ao apresentar-lhe o meu. Muito prazer, Esmirna, Cabessoró, ou qualquer nome que me queira dar, amigo. Muito prazer, sua amiga, Jemima.
^^ o tal do Bolinha deve tá feliz agora.
ResponderExcluir(eu lembro que quando era criança cantava uma musiquinha com esse techo do livro.)
=*
"Feliz"? Pouco!
ResponderExcluirJemima, Esminar, Cabeçoroh e todas vcs, vc é uma pessoa especial. COnhecer vc me ajuda a me conhecer melhor. Obrigado pela homenagem.
Espero abraçá-la no CF, e, assim, mostrar meu grande amor por vc!